Por Gilberto Maringoni em seu perfil no Facebook.
A manchete principal da Folha de S. Paulo desta terça-feira (9) é um primor de mau caratismo jornalistico.
Ao alegar – baseada em um consultoria ‘independente’ – que as estatais trouxeram prejuizo de R$ 40 bi ao governo, o Diario Oficial do Golpe passa ao leitorado a impressao de que basta o Estado se livrar do que sobrou para o Brasil deslanchar.
Primeiro seria necessário checar os números. Depois, verificar o quadro geral da situação. Varias estatais tiveram parte de suas receitas podadas por forca do processo de privatizações, que fragmentou sistemas integrados – caso das elétricas – e/ou criou negociatas que geraram dividas monstruosas e vida boa para os controladores – caso da Oi. Aqui, diga-se de passagem, os papagaios chegam a R$ 60 bi. Em apenas uma empresa privatizada!
Não tenho condições agora de levantar os danos causados pelas vendas anteriores nas empresas que seguem em mãos do poder publico. Vale apenas lembrar o caso da Infraero, vitima da privataria petista e peemedebista nos últimos anos. Esta foi realizada em nome da ‘modernização’ que so seria trazida torrando o patrimônio público em tenebrosas concessões.
Uma noticia do R7, de agosto ultimo, é ilustrativa a respeito:
‘A intenção do governo federal de repassar à iniciativa privada a administração de ao menos 14 aeroportos coloca a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) em um dos momentos mais delicados da sua história, segundo especialistas ouvidos pelo R7.
A estatal, fundada em 1973 durante o governo militar de Emílio Garrastazu Médici, chegou a administrar mais de 66 terminais em 2011, mas agora caminha para um encolhimento.
Ao fim de 2016, a Infraero registrou 104,7 milhões de embarques e desembarques nos 60 aeroportos que administrava.
Com os terminais já leiloados e com as futuras concessões, a expectativa é de uma perda de 62,6 milhões de embarques e desembarques: queda de 60%, levando em conta os números do ano passado.
Somente as concessões dos terminais de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), em março, significam uma perda de 23,3% do número de passageiros da estatal em relação a 2016’.
A Folha está cada vez mais se tornado exemplo acabado de jornalismo desonesto.