Foragido nos EUA, Allan dos Santos vira motorista de app “para pagar contas”

Atualizado em 29 de outubro de 2024 às 13:47
O bolsonarista Allan dos Santos em Orlando, nos EUA. Foto: reprodução

Foragido da Justiça brasileira desde 2021, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos anunciou, no seu Instagram, que está trabalhando como motorista de aplicativo para complementar as contas nos Estados Unidos.

Alvo de investigações sobre o gabinete do ódio no governo de Jair Bolsonaro (PL) e pela trama golpista que resultou nos atentados de 8 de Janeiro, Allan teve as contas bancárias bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde que fugiu para a Flórida.

“Agora sou motorista de aplicativo e estou gostando muito”, escreveu o bolsonarista na imagem.

Famoso pelos discursos de ódio e mentiras, ele anunciou que “não deixará de fazer jornalismo. Mas tenho prioridades, contas e não faço acordos com criminosos”, afirmou ao insinuar que não se entregará para a Justiça.

Na legenda da publicação, Allan dos Santos ainda convidou seus seguidores de Orlando, cidade estadunidense em que mora, a pegarem carona com ele: “Quem estiver por Orlando, Flórida, estou na aérea”, anunciou na rede social em que ainda não está impedido de utilizar.

Na última sexta-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes, STF, votou contra o recurso da plataforma X, antigo Twitter, que pedia o desbloqueio da conta de Allan. O julgamento, realizado pela Primeira Turma do Supremo, deve ser concluído na próxima sexta-feira (1º). Moraes argumentou que o bloqueio não se caracteriza como “censura de conteúdo lícito” nem “censura prévia de conteúdo futuro lícito”.

Moraes fundamentou seu voto no artigo 3º do Código Penal, que estabelece que “ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico”. Segundo o ministro, “não cabe ao provedor da rede social pleitear direito alheio em nome próprio, ainda que seja o destinatário da requisição dos bloqueios determinados por meio de decisão judicial para fins de investigação criminal”.

O magistrado reforçou a ideia de que a liberdade de expressão deve ser exercida com responsabilidade. “O exercício desse direito não pode ser utilizado como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas. Não se confunde liberdade de expressão com impunidade para agressão”, afirmou Moraes.

A decisão para o bloqueio dos perfis de Allan dos Santos foi tomada após ele compartilhar uma mensagem manipulada, na qual a jornalista Juliana Dal Piva teria supostamente confessado um plano do ministro Moraes para prender Bolsonaro.

Moraes destacou a importância de diligências investigativas, inclusive com o afastamento excepcional de garantias individuais, “que não podem ser utilizadas como escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas”.

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