Frágil, Ricardo Nunes engole de vice ex-Rota aposentado imposto por Bolsonaro

Atualizado em 21 de junho de 2024 às 10:47
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Foto: reprodução

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) enfrenta um momento crucial na escolha do vice para sua chapa de reeleição, com uma crescente insatisfação em seu círculo próximo devido à indicação do coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL), imposta à contragosto.

Apesar da resistência, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve-se firme em sua decisão de apoiar o ex-Rota, enquanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) assumiu um papel mais ativo na definição.

O anúncio está programado para esta sexta-feira (21), a ser feito pelo próprio governador, dois dias após um jantar organizado por ele no Palácio dos Bandeirantes com líderes nacionais dos partidos que compõem a coligação do prefeito, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Sem saída

O nome de Mello Araújo foi apresentado a Nunes no início do ano por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, mas ganhou força após a entrada do coach bolsonarista Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Com Marçal alinhado ao bolsonarismo e bem colocado nas pesquisas, o apoio de Bolsonaro a Nunes tornou-se mais relevante.

Vale destacar que a entrada de Marçal na corrida eleitoral pegou a pré-campanha do prefeito de surpresa, que planejava definir o vice apenas durante as convenções partidárias, no final de julho.

Nunes considera Mello Araújo um nome radical, o que pode afastar os eleitores moderados. Para manter o apoio do PL, o prefeito teve que ceder à pressão do partido, mesmo com os deputados mostrando entusiasmo com a candidatura de Marçal.

Bolsonaro não aceitou outra indicação e elogia a gestão de Mello Araújo à frente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Além disso, aliados afirmam que não houve um nome forte o suficiente para convencer o ex-capitão a mudar de ideia.

Tarcísio

O pupilo de Bolsonaro manifestou preocupação aos seus aliados, enfatizando a importância de frear a ascensão de Marçal.

Anteriormente, o governador deixava a decisão nas mãos de Nunes, porém passou a apoiar publicamente Ricardo Mello Araújo, pressionando por uma escolha rápida. Ele via a indicação como crucial para selar a aliança com Bolsonaro.

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Tarcísio de Freitas, Jair Bolsonaro, Ricardo Nunes e Mello Araújo após almoço na Prefeitura de SP. Foto: Rafaela Araújo

Sob pressão do círculo próximo do ex-mandatário, que o acusava de tentar trair seu padrinho político de olho na Presidência em 2026, Tarcísio pressionou Nunes. O apoio a Mello Araújo também era um gesto em direção ao bolsonarismo, embora não fosse a preferência do governador.

Clima de velório

Após as declarações de Tarcísio, a pré-campanha de Nunes reconheceu que não poderia mais adiar a decisão sobre o vice.

O clima no entorno do prefeito não é dos melhores, já que a escolha de Mello Araújo é vista como algo que trará mais desvantagens do que vantagens para a campanha pela reeleição. A insatisfação é generalizada.

Alguns ainda falavam em uma “luz no fim do túnel” de uma reviravolta de última hora, mas a maioria já estava convencida de que não haveria mudanças. Os mais resignados aceitavam a indicação como o preço por assegurar o apoio de Bolsonaro.

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