Freire Gomes e general citado por Cid dão versões diferentes à PF sobre reunião golpista com Bolsonaro

Atualizado em 8 de março de 2024 às 6:58
O general Estevam Theophilo e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes. Foto: reprorudção

O ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e o general Estevam Theophilo apresentaram versões divergentes em seus depoimentos à Polícia Federal (PF) sobre uma reunião convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir uma suposta trama golpista, conforme informações do jornal O Globo.

Segundo fontes ligadas às investigações, Freire Gomes informou aos investigadores que apenas autorizou a participação do general no encontro. Anteriormente, Theophilo havia afirmado que recebeu uma ordem direta do então comandante para comparecer ao Palácio da Alvorada, em Brasília, após o chamado de Bolsonaro.

A PF identificou Theophilo como parte do “núcleo de oficiais de alta patente” envolvidos na tentativa de golpe, enquanto ele estava à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter).

“No dia 09.12.2022, ESTEVAM THEOPHILO se reuniu com o então Presidente JAIR BOLSONARO no Palácio do Alvorada e, de acordo com os diálogos encontrados no celular de MAURO CID, teria consentido com a adesão ao Golpe de Estado desde o que presidente assinasse a medida”, afirmou a PF em relatório.

De acordo com a investigação, Theophilo seria o “responsável operacional pelo emprego da tropa caso a medida de intervenção se concretizasse”.

General Freire Gomes virou alvo por submergir sobre golpe - 10/02/2024 - Poder - Folha
Bolsonaro e Freire Gomes. Foto: reprodução

Vale destacar que Freire Gomes teria relatado à PF que permitiu a participação de Theophilo no encontro no Alvorada, uma vez que este fora convocado por Bolsonaro.

No depoimento, o ex-comandante do Exército alegou que não tinha como impedir a presença de seu subordinado e, por isso, autorizou sua ida, orientando-o a tratar apenas de suas atribuições, conforme pessoas com acesso às investigações.

A informação sobre a convocação de Theophilo por Bolsonaro foi transmitida a Freire Gomes por Mauro Cid, segundo a PF.

Em depoimento que se estendeu por mais de sete horas na semana anterior, Freire Gomes também afirmou que se opôs aos planos golpistas e relatou que Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças Armadas duas versões da minuta golpista.

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