Freixo pede apoio do PSOL a Baleia Rossi à presidência da Câmara

Atualizado em 13 de janeiro de 2021 às 18:22
Marcelo Freixo em entrevista ao DCM. Foto: Reprodução/YouTube

Pensando diferente da ala do PSOL que quer Erundina como candidata à presidência da Câmara, o deputado Marcelo Freixo reiterou seu apoio ao candidato do MDB, Baleia Rossi, aliado de Rodrigo Maia.

Ele escreveu nesta quarta (13) no Twitter:

“Quero mais uma vez compartilhar com vocês o meu posicionamento sobre a eleição para presidente da Câmara dos Deputados.

1. Jair Bolsonaro já anunciou publicamente quem é o seu candidato e o que espera dele caso consiga elegê-lo: o apoio a uma pauta antidemocrática e violenta.

2. Agenda que passa pela pela liberação de mais armas p/ civis, incluindo de uso restrito, como fuzis; excludente de ilicitude e retirada do controle dos governos estaduais sobre as polícias, institucionalizando a bolsonarização dos quartéis e criando uma polícia política.

3. Bolsonaro não esconde que tem um plano golpista para 2022 e sabe que o Congresso Nacional tem centralidade nesse embate, que já está se desenrolando.

4. Não à toa, ele está leiloando cargos e liberando verbas de emendas parlamentares para comprar votos dos deputados para o seu candidato. O presidente inclusive já disse que se não for reeleito no ano que vem, a violência no Brasil será pior do que a dos EUA.

5. Diante dessas ameaças explícitas, o comando da Câmara não pode estar nas mãos de um aliado de Bolsonaro até 2022. Por isso, defendo o ingresso da bancada do PSOL, assim como fizeram todos os partidos de esquerda, no bloco democrático cujo candidato é o deputado Baleia Rossi.

6. Essa não é uma aliança programática, é uma união tática, forjada pela urgência do momento e pela imediata necessidade de derrotarmos o representante do Planalto e impedirmos que Bolsonaro controle a agenda do Parlamento pelos próximos dois anos.

7. São muitas as divergências que tenho com Baleia Rossi em relação à economia e ao papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico do país. Entretanto, essa coalizão não significa um recuo.

8. Derrotado o candidato de Bolsonaro, seguiremos em trincheiras opostas, lutando por projetos distintos para Brasil, mas dentro dos marcos democráticos. E isso que nos une nesta conjuntura: a defesa da democracia, do Estado de Direito e da Constituição de 88.

9. Há quem ache que defender estes princípios é uma abstração. Não é.

10. Quando falamos em proteger a Constituição, estamos lutando pela garantia dos direitos das minorias, do controle sobre as polícias, do SUS e da educação pública, dos limites p/ os avanços autoritários do Planalto, da assistência aos mais pobres e da defesa do meio ambiente.

11. Também há quem defenda o voto em Baleia apenas no 2º turno. O problema é que o risco de não haver 2º turno é real. Essa é uma eleição extremamente polarizada e imprevisível, em que o tamanho da dissidência dentro das bancadas será decisiva e cada voto será fundamental.

12. As instituições, por mais frágeis e imperfeitas que sejam, são trincheiras que precisamos ocupar nessa batalha, porque o golpe bolsonarista é institucional, acontece por dentro do sistema democrático com o objetivo de subvertê-lo.

13. O golpe não é uma ameaça, ele já está ocorrendo. Precisamos ter clareza disso e agir com a maturidade que o desafio histórico nos impõe.

14. O PSOL tem debatido desde o fim do ano passado qual será seu posicionamento. Respeito profundamente essa discussão e seguirei a orientação do partido, mas quero deixar expressa a minha defesa pelo ingresso da bancada para fortalecer o bloco de enfrentamento ao bolsonarismo.

15. O momento exige a formação de uma coalização capaz de derrotar os adversários da democracia”.

Freixo recentemente falou sobre seu posicionamento nessa questão em uma entrevista exclusiva ao DCM. Veja abaixo.