Fugitivos de Mossoró são presos no Pará após 50 dias

Atualizado em 4 de abril de 2024 às 14:42
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça após serem capturados. Foto: Divulgação

Os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Rogério Silva Mendonça (36) e Deibson Cabral Nascimento (34), foram capturados no Pará, segundo a GloboNews. Associados ao Comando Vermelho (CV), eles estavam sendo buscados pela Polícia Federal desde 16 de fevereiro, quando conseguiram escapar.

Ambos são do Acre e estavam na Penitenciária desde setembro de 2023. Rogério tem uma vasta ficha criminal e cumpria pena no Acre antes de ser transferido para o Rio Grande do Norte.

Deibson estava preso desde agosto de 2015 e passou também pelo presídio federal de Catanduva (PR). Ele responde por assaltos, furtos, roubos, homicídio e latrocínio.

Uma apuração da PF apontou que o CV estava bancando uma rede de apoio para ajudar a dupla. A facção auxiliou os fugitivos a se manterem em áreas rurais e receberem alimentação, bebidas, transporte e até armas de fogo.

Segundo a investigação, a dupla entrou em contato com membros do CV e familiares no dia 16 de fevereiro, enquanto fazia uma família refém na zona rural de Mossoró e conseguiram um celular. Na ocasião, eles receberam suporte local de um residente da cidade, que fez o resgate e conduziu os fugitivos para uma região próxima a Baraúna, última cidade que faz divisa com o Ceará.

O Ministério da Justiça também investiga a possível ajuda que eles teriam recebido de dentro da unidade presidiária. A corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) realizou uma análise preliminar e concluiu que os dois presos ficaram ao menos 30 dias sem revista em suas celas.

Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Foto: Divulgação

Essa falha nos procedimentos teria resultado a uma série de acontecimentos que culminaram na fuga dos detentos conhecidos como Martelo e Tatu, também apelidado de Deisinho.

Após a conclusão preliminar, foram abertos três processos administrativos disciplinares envolvendo 10 servidores que ocupavam cargos de chefia durante o período que antecedeu a fuga. Além disso, 17 servidores receberam Termos de Ajustamento de Conduta por não seguirem os procedimentos corretos.

A investigação apontou que os presos conseguiram escapar por meio de um buraco na luminária de suas celas, aproveitando a ausência de revistas que deveriam ocorrer diariamente. Essa falta de fiscalização possibilitou que eles utilizassem uma espécie de chapa de 20 cm para abrir o buraco e deixarem suas celas.

Além das falhas nos procedimentos de revista, foram identificadas deficiências estruturais na penitenciária, como o uso de luminárias com parafusos inadequados e a ausência de laje no shaft, o que também facilitou a fuga dos detentos. Esses problemas estruturais não foram adequadamente tratados ao longo do tempo devido à falta de investimento na infraestrutura do presídio.

Câmeras de vigilância inativas e cercas elétricas danificadas também foram identificados como falhas no sistema de segurança da penitenciária.

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