As queimadas no Brasil e na Bolívia continuam a se espalhar, com a fumaça já atingindo países vizinhos e, em breve, poderá alcançar a África do Sul. O serviço de monitoramento atmosférico europeu Copernicus (CAMS) confirmou que, até este final de semana, uma vasta nuvem de fumaça atravessará o Atlântico Sul. Segundo o cientista Mark Parrington, há possibilidade de neblina na Cidade do Cabo, além de parte da fumaça seguir em direção ao Oceano Antártico.
A previsão do CAMS aponta que a coluna de fumaça continuará sobrevoando o Brasil, especialmente a região sul da Amazônia, que abrange estados como Acre, Rondônia, Amazonas e Pará. Além disso, as partículas nocivas irão se espalhar pelo Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, antes de avançar para o continente africano. O fenômeno está sendo monitorado para acompanhar sua progressão e possíveis impactos.
Na última sexta-feira, a intensa fumaça das queimadas causou um fenômeno conhecido como “chuva preta” no sul do Brasil. Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além do Uruguai, foram afetados. Esse tipo de chuva ocorre quando fuligem e poluentes presentes no ar se misturam com as gotas de chuva, dando à água uma coloração escura, tornando-a imprópria para o consumo e perigosa para o meio ambiente.
Especialistas alertam para os danos à saúde causados pela fumaça. Segundo o patologista Paulo Saldiva, da USP, o impacto no corpo humano é semelhante ao de inalar fumaça de tabaco, uma vez que a poluição é oriunda da queima de folhas. Ele estima que os moradores da capital paulista estão respirando o equivalente a quatro ou cinco cigarros por dia. Saldiva recomenda o uso de máscaras N95 em ambientes externos e a adoção de medidas para reduzir a poeira dentro de casa.
Com o agravamento da situação, o estado do Mato Grosso do Sul decidiu suspender as aulas em diversas escolas na última sexta-feira. Aproximadamente 18.100 estudantes foram afetados pela medida, que visa proteger a saúde de crianças e adolescentes. Ventos fortes, aliados ao clima seco e à umidade do ar abaixo de 10%, complicaram o combate aos incêndios na região.
Na cidade de Corumbá, no Pantanal, a poluição do ar ultrapassou em 25 vezes o limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As informações são do site Um só Planeta, do Globo.
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