Funcionários anunciam greve de 24 horas e prometem “apagão” no BC

Atualizado em 10 de janeiro de 2024 às 20:40
Banco Central do Brasil em Brasília. Foto: Jorge William/Agência O Globo

Funcionários do Banco Central (BC) estão planejando uma greve de 24 horas nesta quinta-feira (11). A ação pode resultar em um “apagão” nos serviços do órgão, como a divulgação de informações, manutenção de sistemas do Pix e impactos em projetos em andamento, como o Drex (da moeda digital). Com informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) estima que mais de 70% dos servidores devem aderir à greve.

A decisão de realizar a paralisação surgiu devido à insatisfação dos funcionários em relação ao que consideram “concessões assimétricas” oferecidas a outras categorias do funcionalismo brasileiro. O Sinal citou como exemplos os benefícios aprovados no orçamento deste ano para auditores da Receita Federal e servidores da Polícia Federal (PF).

O movimento também mira cargos com funções comissionadas. Segundo o sindicato, os servidores comprometeram-se a entregar as funções no início de fevereiro, caso as negociações com o governo não avancem.

Se os comissionados deixarem os postos vagos, a estrutura administrativa do Banco Central pode travar, pois faltariam gerentes e coordenadores para autorizar a execução dos serviços.

“Ressalta-se a preocupação com a falta de diálogo e o alegado açodamento autoritário do presidente do BC na abordagem de questões relevantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Independência do Banco Central”, disse o sindicato em nota.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência pública no Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado

O presidente do Sinal, Fábio Faiad, afirmou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, se comporta como um “autocrata” ao tentar corrigir diferenças salariais na cúpula do órgão, retirando-os do teto constitucional.

Faiad sugeriu que diretores insatisfeitos busquem outras empresas que atendam às suas expectativas salariais, em vez de tentar mudar a estrutura do BC.

Os trabalhadores estão solicitando ao governo a criação de uma “retribuição por produtividade institucional”, reajuste nas tabelas remuneratórias, exigência de nível superior para o cargo de técnico e a mudança do nome do cargo de analista para auditor.

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