Gabinete do ódio utilizava Abin para produzir fake news, diz PF

Atualizado em 11 de julho de 2024 às 12:33
Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin durante o governo Bolsonaro e investigado pela PF na ”Operação Última Milha” – Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (11), a Polícia Federal (PF) iniciou a quarta fase da operação que investiga a chamada “Abin paralela”. Foram presos dois agentes diretamente ligados a Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

As investigações da corporação afirmam que a Abin, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e a diretoria de Ramagem, era utilizada para produzir fake news para abastecer o “gabinete do ódio” do governo do ex-presidente.

Operação Última Milha

Até agora, a operação resultou na prisão de Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues. Entre os alvos, também estão influenciadores digitais que atuavam no “gabinete do ódio”.

Marcelo Bormevet, segurança de Bolsonaro na campanha de 2018, foi nomeado por Ramagem para comandar o Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin. Giancarlo Rodrigues, por sua vez, era subordinado a Bormevet na Abin.

Vista da entrada da sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em Brasília — Foto: WILTON JUNIOR

Todos os mandados cumpridos foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Também vale ressaltar que as ações ocorrem em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

Funcionamento da Abin Paralela

A investigação analisa se servidores da Abin, lotados no CIN — criado por Bolsonaro em 2020 — usaram um software de geolocalização para elaborar relatórios sobre ministros do STF e adversários políticos do ex-capitão.

O objetivo é desmantelar a “Abin paralela”, que monitorava ilegalmente autoridades e criava fake news utilizando sistemas da agência.

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