O economista Gabriel Galípolo, que recentemente se aproximou do ex-presidente Lula (PT), já previa a relação do governo Bolsonaro com a economia ainda em 2018. O profissional foi entrevistado pela Folha de São Paulo e enfatizou as diferenças existentes no Brasil de outros países emergentes do Globo.
Segundo Galípolo, o Brasil tem peculiaridades que o diferenciam de outros países emergentes. “Não tem mais dívida externa, volume de reservas enorme, capacidade ociosa grande”, afirmou.
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Ele utilizou uma metáfora para qualificar o ceticismo do mercado financeiro com Jair Bolsonaro
“Eu gosto da metáfora do trapezista do circo. Você pode ir ao circo e achar que o trapezista voa. Mas, se ele próprio achar que ele voa, pode ser perigoso. O que eu estou ponderando é o quanto o mercado está começando a acreditar que o trapezista voa. A princípio, parecia que se tratava de uma retórica que patrocinava um candidato que o mercado entendia como mais palatável que um outro candidato. Hoje, já não me parece mais isso. Me parece que existe um convencimento [por parte do mercado] de quem realmente comprou aquela narrativa de que os problemas acabarão simplesmente combatendo a corrupção”, disse o economista.
Ainda presidente do Banco Fator, Galípoli já vinha questionando se as previsões de crescimento da economia se manteriam. “Será uma lua de mel ou só uma noite de núpcias? É esse tempo que a gente precisa ver. O Brasil tem uma situação diferente dos demais emergentes: não tem mais dívida externa, volume de reservas enorme, capacidade ociosa grande”, afirmou.