Afastada das funções após investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a juíza Gabriela Hardt pode responder criminalmente por irregularidades e ser presa por até 26 anos. O corregedor nacional de Justiça Luís Felipe Salomão afirmou que a magistrada está “aparentemente descambando para a ilegalidade”.
Ele cita, na decisão desta segunda (15), os crimes de peculato, prevaricação, corrupção privilegiada e corrupção passiva no período em que Hardt sucedeu o ex-juiz Sergio Moro, atualmente senador pelo União Brasil do Paraná, na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
Segundo a investigação do CNJ, Hardt e Moro se uniram ao ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol para “promover o desvio” de R$ 2,5 bilhões de uma multa aplicada contra a Petrobras nos Estados Unidos. No relatório, Salomão pediu a abertura de um inquérito criminal para apurar o caso.
“Restaria a necessidade de apurar as razões para a prática dos atos anormais efetivamente realizados em quantidade, em qualidade e em variedade significativas, que foram descritos nos subtópicos referentes às informações que corroboram os modelos enunciados”, diz o documento.
O CNJ iniciou a investigação em maio de 2023 na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) e nos gabinetes da 8ª Turma do TRF-4 para apurar possíveis irregularidades na condução de processos da Lava Jato. Além dos desvios, a apuração identificou indícios de falta de transparência, imparcialidade e prudência de magistrados que atuaram na Lava Jato.
A juíza foi afastada nesta segunda junto do juiz federal Danilo Pereira Junior e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).