Galvão Bueno, de 72 anos, conhecido pelas narrações do futebol, Fórmula 1, atletismo, boxe, basquete, natação e uma lista extensa de outras modalidades na TV Globo, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que apoia os movimentos pela democracia e que se considera um democrata.
“Eu sou um democrata. Em 1968, eu tinha 18 anos e estava em Brasília. Eu vivi as durezas do golpe e da ditadura militar. Tinha a consciência exata das coisas. Eu falava em assembleias permanentes, saí fugido pelo mato, tomei porrada da polícia, cheirei gás lacrimogêneo”, afirmou.
O comunicador disse que não pretende declarar voto, mas que está “do lado de movimentos pela democracia”.
Segundo ele, o momento atual do Brasil é “muito difícil”. “De confronto muito grande e beligerância. Espero que as pessoas tenham um pouco mais de juízo e tranquilidade”, declarou.
Galvão falou ainda sobre a sua saída da Globo, prevista para dezembro, e quais são os seus planos para o futuro, mas deixou claro que não vai se aposentar.
“Paro em 18 de dezembro, final da Copa. São 41 anos de Globo, 48 de televisão. Será minha última narração em TV aberta. Tenho um acordo com a Globo e não irei para nenhuma outra emissora. Tem até algumas propostas, mas não vou”, afirmou.
“Vou ter meu canal, tenho contatos com essas empresas de comunicação, essas novas. O projeto é grande, conversei com o João Pedro Paes Leme (Play9, sócio de Felipe Neto), que foi meu editor na Globo. Eu não pretendo ser um influencer, quero ser um publisher nesse mundo digital, nessas plataformas. Eu não consigo me imaginar aposentado”, acrescentou o comunicador.