Uma adolescente de 15 anos é apontada pela polícia como a principal influenciadora do autor do ataque a tiros à Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo, onde uma aluna foi morta e duas estudantes ficaram feridas na última semana. A informação foi divulgada pelo Metrópoles.
De acordo com as investigações, a jovem trocou mensagens com o aluno de 16 anos através da plataforma Discord, horas antes do ataque, onde ele entrou na escola armado e atirou contra sua colega, Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, matando-a com um tiro na nuca à queima-roupa.
A adolescente fazia parte de um grupo de jovens já identificado pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça. Esse grupo operava no servidor do Discord, onde o autor do ataque compartilhou seu plano e recebeu incentivo e orientações para executá-lo dos outros membros. A maioria dos envolvidos é menor de idade, e até o momento, nenhum deles reside em São Paulo.
No dia anterior ao ataque, o adolescente enviou fotos da sala de aula e das escadas da escola, pedindo ajuda para planejar o atentado. Ele recebeu instruções dos membros do grupo do Discord e prometeu transmitir o ataque ao vivo, embora isso não tenha ocorrido.
As investigações indicam que a adolescente de 15 anos suspeita de incitar o ataque é conhecida nas “panelas” do Discord, que são grupos fechados onde ocorrem sessões de automutilação, sacrifício de animais e tortura virtual.
As mensagens no grupo do Discord onde o ataque foi planejado mostram que após o incidente, os integrantes discutiram a formatação do celular, a desativação da conta da plataforma e a localização do dispositivo. Alguns lamentaram o número de mortos no ataque. Um dos administradores do grupo comentou: “Uma morte cara, que cara ruim [sic].”
Os diálogos revelam que, enquanto alguns membros alegaram não ter participado do ataque porque o estudante de 16 anos “entrou no servidor já com a intenção de cometer o crime”, outros admitiram tê-lo incentivado, com um deles declarando: “Fiz ele cometer esse massacre.”
A polícia está considerando duas principais hipóteses para o indiciamento dos suspeitos: organização criminosa, se a participação nos episódios de violência cibernética que ocorrem nos grupos for comprovada; e homicídio, caso a influência direta sobre o autor do ataque que resultou na morte da adolescente Giovanna seja confirmada.