A Polícia Federal (PF) enviou uma representação ao Supremo Tribunal Federal (STF) destacando a suspeita de que o deputado bolsonarista Gustavo Gayer tenha atuado em conluio com empresários para direcionar verbas públicas a atos terroristas ocorridos em janeiro de 2023, conforme informações do Globo.
Gayer está sob investigação por possíveis desvios de recursos provenientes de verbas parlamentares, que estariam sendo utilizados para financiar suas empresas particulares, incluindo uma escola de inglês e uma loja de camisetas em Goiânia.
A suspeita surgiu após a análise do celular apreendido de um empresário que trabalha para Gayer, onde foram encontrados indícios de desvios de recursos que teriam contribuído para a realização dos atos golpistas, incluindo os ataques de 8 de janeiro.
Esse empresário foi alvo de busca e apreensão, quebra de sigilo telemático e prisão preventiva por “incitação, financiamento e participação na invasão dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes”, segundo a PF.
De acordo com as investigações, Gayer tentou contratar o empresário como secretário parlamentar, mas essa possibilidade foi inviabilizada devido a impedimentos legais. Para contornar essa situação, foi constituída uma empresa em nome do empresário, que foi contratada pelo gabinete do deputado. Um total de R$ 24 mil foi pago em três parcelas.
Conforme a PF, a empresa em questão foi utilizada para facilitar o “recebimento de recursos públicos indevidos em razão de atividades políticas ilegítimas”.
Busca e apreensão
As buscas foram realizadas em seu endereço em Goiânia e no apartamento funcional em Brasília. A PF também revistou a residência de um assessor do deputado, onde foram apreendidos aproximadamente R$ 72 mil em espécie.
Com cerca de 60 policiais envolvidos, a PF cumpre, além do mandado contra Gayer, outras 18 ordens de busca autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal em várias cidades, incluindo Brasília (DF), Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e Goiânia (GO).
Segundo a Polícia Federal, a ação visa “desarticular uma associação criminosa que desviava recursos públicos da cota parlamentar e falsificava documentos para criar uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)”.
A PF também identificou uma falsificação na Ata de Assembleia da constituição da Oscip, consistente em data retroativa (ano de 2003). O quadro social da organização à época era formado por crianças de 1 a 9 anos. O nome da empresa não foi informado.