Baseado em imagens de satélite, um relatório produzido pela ONU revela que 66% dos edifícios de Gaza foram danificados, o que representa 163.778 estruturas atingidas, das quais 52.564 foram completamente destruídas, desde que Israel passou a atacar a região palestina em 7 de outubro de 2023, quase um ano atrás, sob o pretexto de combater o Hamas.
“A velocidade e a escala da destruição são diferentes de tudo o que já vi nos meus anos como secretário-geral”, declarou António Guterres, chefe da ONU, que está no cargo há uma década.
A pesquisa foi realizada em setembro de 2024 pelo Centro de Satélites da ONU (UNOSAT), e o cenário é desolador. Na cidade de Gaza, 36.611 estruturas foram destruídas, enquanto na província de Gaza, 46.370 edificações foram gravemente danificadas. Mais de 40 mil pessoas morreram e outras 100 mil ficaram feridas durante o conflito.
A destruição não se limita apenas às infraestruturas físicas. O impacto econômico na região é catastrófico. Segundo o relatório, 82% das empresas locais foram danificadas ou destruídas, com 80% a 96% dos ativos agrícolas completamente dizimados.
Isso inclui sistemas de irrigação, fazendas de gado, pomares e equipamentos essenciais para a produção de alimentos. Como resultado, a produção de alimentos foi severamente prejudicada, agravando a já crítica insegurança alimentar na região.
Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) de Gaza sofreu uma queda vertiginosa de 81% no último trimestre de 2023, resultando em uma contração de 22% ao longo do ano. Até meados de 2024, a economia de Gaza havia encolhido para menos de um sexto do seu nível de 2022, destacando o impacto devastador e duradouro do conflito.
A ONU também alertou para as repercussões do conflito na Cisjordânia, que, combinadas com a destruição em Gaza, causaram um “choque sem paralelo” na economia palestina.
“A destruição no campo e nas áreas urbanas é generalizada e destaca a necessidade urgente de apoio à população afetada”, afirmou o relatório da UNOSAT em colaboração com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Nikhil Seth, diretor executivo do departamento da ONU, enfatizou que as análises das imagens de satélite são objetivas e fornecem uma compreensão clara do impacto do conflito na infraestrutura civil, sendo fundamentais para os esforços de resposta humanitária.
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