O agora ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, convocou uma reunião neste sábado (21) com o Alto Comando da Força para confirmar ao generalato sua demissão do cargo que assumiu há menos de um mês.
Três generais que participaram do encontro virtual afirmaram à Folha de S.Paulo que o militar disse que sua reunião com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sexta-feira (20) foi produtiva para a discussão sobre investimentos em projetos estratégicos na área da defesa e não deixou claro qual teria sido a motivação para sua dispensa.
Ainda na videoconferência, ele afirmou que não chegou a ser questionado pelo presidente sobre motivos que possam ter levado a sua demissão, atribuindo a decisão às críticas que o Exército tem recebido sobre uma suposta leniência com relação às manifestações golpistas que culminaram com os atos de vandalismo ocorridos no último dia 8 em Brasília.
Porém, o principal desconforto de Lula com Arruda seria por conta do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e investigado por movimentações suspeitas feitas a pedido do antigo chefe do governo.
O petista teria ficado irritado com o fato de Cid ser escolhido para comandar um batalhão do Exército em Goiânia. Na tarde deste sábado, porém, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que foi ele quem decidiu demitir Arruda, sem entrar em detalhes sobre a motivação.