O general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, aposentou-se na sexta-feira (29), concluindo um mandato de quatro anos que foi marcado por momentos de tensão com o ex-presidente Donald Trump, conforme expressou em seu discurso de despedida.
“Nós não prestamos juramento a um rei, a um tirano, a um ditador, ou a um aspirante a ditador. Juramos lealdade à Constituição”, enfatizou Milley na cerimônia realizada na Base Conjunta Myer-Henderson Hall, próxima a Washington.
A carreira de Milley, que assumiu a posição em 2019 após indicação de Trump, foi pontuada por desafios de manter uma relação equilibrada com o então presidente, evitando posturas que pudessem ser interpretadas como políticas.
Em um episódio em 2020, Milley pediu desculpas publicamente por acompanhar Trump em uma caminhada da Casa Branca até uma igreja nas proximidades, ocorrida após a dispersão de manifestantes com gás lacrimogêneo e balas de borracha, para uma sessão de fotos oportunista.
Na quarta-feira (27), Milley declarou que tomaria providências para resguardar sua família após Trump sugerir que ele deveria ser executado, acusando-o de “conspirar” com a China. A cerimônia de sua aposentadoria, que contou com bandas marciais e um grupo de pífanos e tambores, também marcou a passagem do comando para o chefe da Força Aérea, general Charles Q. Brown.
Ao longo de seu mandato, Milley participou de operações significativas, incluindo o assassinato do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, em 2019, e auxiliou na assistência militar para defesa da Ucrânia contra a ação militar da Rússia em fevereiro de 2022.
General Mark Milley, the outgoing chairman of the Joint Chiefs of Staff SLAMS Trump in his retirement speech:
“We don't take an oath to a king, or queen, or a tyrant or a dictator. And we don't take an oath to a wannabe dictator…” pic.twitter.com/lkCP5P365u
— Republicans against Trump (@RpsAgainstTrump) September 29, 2023