Surpreendido em conversa com os invasores nas dependências do Palácio do Planalto, o general Carlos Feitosa Rodrigues desempenhou um papel crucial como oficial militar encarregado, no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, de iniciar os preparativos para a viagem de Lula a Araraquara na véspera dos ataques ocorridos.
Um e-mail obtido pelo colunista Paulo Capelli, do Metrópoles, revela que foi o próprio Rodrigues quem deu o passo inicial em 7 de janeiro, acionando o departamento de Coordenação de Eventos da Presidência.
Na ocasião, ele encaminhou uma mensagem recebida da chefia de gabinete de Lula, que solicitava a organização de um escalão avançado para preparar a atividade do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no evento “Apoio à situação das enchentes em Araraquara”, programado para o dia 08/01/2023, em Araraquara/SP.
O e-mail recebido por Rodrigues continha tal mensagem e foi repassado ao Departamento de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial Militar apenas nove minutos após sua recepção, precisamente às 16h22.
Além disso, foi o general Rodrigues quem ordenou a emissão do nível de alerta “laranja”, que era mais suave, na véspera dos ataques. Esta ação levou à redução do contingente de segurança no Palácio do Planalto.
Dentro do contexto da CPMI do 8 de Janeiro, os membros da oposição estão acusando o governo, incluindo o Gabinete de Segurança Institucional, de ter deliberadamente facilitado as invasões ao Palácio. Por outro lado, os aliados de Lula defendem que o órgão estava “comprometido” e argumentam que certos membros, incluindo Rodrigues, mantiveram uma relação direta com o ex-presidente.
O general Gonçalves Dias, então chefe do GSI durante os episódios de vandalismo, foi destituído de seu cargo após a divulgação das imagens em que aparece conversando com os invasores.