Novas informações revelaram que o general da reserva Paulo Assis, investigado sob suspeita de envolvimento em fraudes durante a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, visitou o Palácio do Planalto 25 vezes durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre 2019 e 2022, levantando preocupações sobre sua possível interferência em favor da empresa norte-americana CTU Security.
A “Operação Perfídia”, que investiga a compra de coletes balísticos no gabinete de intervenção liderado pelo General da Reserva Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro, também investiga a suposta participação de Assis no esquema – ele é suspeito de usar o nome de Braga Netto para favorecer a CTU Security (empresa responsável pelo fornecimento dos coletes durante a intervenção).
A investigação revelou que o Gabinete de Intervenção emitiu uma carta de crédito de R$ 35,9 milhões para a CTU, mas a empresa nunca entregou os coletes, pelo fato de o contrato ter sido suspenso devido a suspeitas na documentação da companhia.
Cerca de seis dias após a suspensão do contrato, Assis foi ao Palácio do Planalto com destino à Secretaria de Controle Interno da Secretaria-Geral da Presidência.
No dia seguinte, os irmãos Glauco e Gláucio Guerra, representantes da empresa norte-americana, voltaram a conversar sobre a atuação do general da reserva.
Glauco afirmou ao irmão que o general lhe disse ter falado com o parecerista do caso, Jorge Antônio Menezes, o questionando sobre a necessidade de conversar com o então vice-presidente Hamilton Mourão, o então presidente Bolsonaro ou o então ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni.
“Ele [Menezes]: ‘Não, não, general. Espera até sexta. E graças a Deus o senhor veio aqui, que eu estava inclinado em dar um parecer negativo’. Palavras do general para mim. E obviamente ele não vai mentir. Ele esteve lá”, disse Glauco ao irmão.
Assis retornou à Secretaria de Controle Interno na manhã do dia 13 de dezembro, onde ficou, segundo os registros do GSI, por 18 minutos. No mesmo dia, ele enviou mensagens a Glauco informando sobre a visita, segundo o relatório da PF.
As conversas sobre as tentativas de reativar o contrato se encerram em março de 2020, com a chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Questionado sobre o esquema, Assis não respondeu às tentativas de contato, Braga Netto, por sua vez, se defendeu afirmando que os contratos seguiram a lei brasileira.
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