Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes visitou, em maio, o tenente-coronel Mauro Cid na prisão. Segundo o militar, o encontro teve motivação “pessoal” e Cid se emocionou durante a conversa. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Ridauto participou dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro. Ele disse que não apoiou a destruição e nem invadiu prédios públicos. No ocasião, Fernandes disse que estava “arrepiado” com a invasão e criticou a Polícia Militar do Distrito Federal por ter atirado bombas de gás lacrimogêneo nos terroristas.
Ele afirmou que visitou Cid na tarde de 9 de maio. O encontro durou de 30 a 40 minutos, pois, segundo ele, haviam “outros visitantes agendados”. Vale destacar que o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu a visita de ao menos 73 pessoas desde que foi preso, em 3 de maio.
“Quando vi que ele passava por esse momento difícil [por causa da prisão], fui logo procurá-lo para ver se poderia ajudar em algo, especialmente em temas familiares ou mesmo discussão do caso que vivia, para aclarar os pensamentos. Foi ótima a visita, motivante para ambos”, disse.
O general afirmou que não chegou a tratar com Cid sobre a prisão, por causa do tempo limitado de visita. “Disse a ele que muitas, muitas pessoas acreditavam em sua correção e caráter e que iria comentar com elas sobre a visita. Ele ficou emocionado”, afirmou. “Mais recentemente, tentei repetir a dose, mas houve a limitação de visitas apenas a familiares e advogados, e não consegui.”
Ridauto afirmou que tentou voltar a entrar no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, onde Cid está preso, mas foi barrado. O alto número de visitas foi criticado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela determinação da prisão do militar.
Entre os militares que visitaram Mauro Cid estão alguns generais. É o caso do pai dele, o general Mauro César Lourena Cid, e do ex-comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda. Ele recebeu ainda a visita dos generais Sérgio Schwingel, Edson Diehl Ripoli, Alexandre Cantanhede, além do deputado federal e ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.