Crianças Yanomami com desnutrição grave chegam ao Hospital da Criança Santo Antônio, em Boa Vista, e precisam de um leito na Unidade de Terapia Intensiva. No local, elas são entubadas, uma medida necessária diante da impossibilidade de respiração. Infecções são tratadas, e um protocolo para realimentação é iniciado. Com informações da Folha de S.Paulo.
Muitas dessas crianças estão desacompanhadas, já que as mães também estão desnutridas e internadas em outros hospitais da rede pública. Braços e mãos carregam esparadrapos por causa de perfurações para hidratação por soro ou injeção de nutrientes por via endovenosa.
Na tarde desta quarta-feira (25), cinco leitos da UTI do Hospital da Criança são ocupados por Yanomamis. Os índios estão em grande número na UTI, em enfermarias e principalmente na ala de emergência dedicada a casos de infecção respiratória.
Na última sexta-feira (20), o Ministério da Saúde decretou estado de emergência. O Ministério da Justiça também determinou que a Polícia Federal investigue o crime de genocídio contra o povo indígena.
Em 2022, houve 703 internações de crianças Yanomamis, 65 indígenas ficaram na UTI. Cerca de 29 crianças Yanomamis morreram no Hospital da Criança no ano passado. Segundo gestoras da unidade de saúde, a situação foi pior do que a verificada nos anos anteriores.
Somente neste mês, 96 crianças Yanomamis foram internadas na unidade. Quase metade permanece no hospital. Os diagnósticos preponderantes no hospital são de desnutrição grave, infecção respiratória, diarreia, verminose e malária.
As equipes de saúde constatam que os yanomamis e os indígenas de outras etnias que vivem no território são os que estão em pior condição de saúde, em comparação com outros indígenas, com outros brasileiros e com venezuelanos que também buscam o Hospital da Criança.