Após flertar com a dupla Kassab-Temer, Geraldo Alckmin mira Ciro Gomes como aliado nas eleições do ano que vem.
O ex-governador escanteado no PSDB por João Doria cogita sair do partido para disputar uma nova eleição para o palácio dos Bandeirantes.
Geraldo tem emissários conversando com Ciro porque precisa de um candidato à presidência para chamar de seu em 2022, e este na atual conjuntura só pode ser o líder do PDT.
Em todas as outras possibilidades que sondou – PSL, PSB ou PSD, para ficar apenas em três -, corre o risco de ter de subir no mesmo palanque e pedir voto à presidência para Doria, seu algoz, Bolsonaro, o tóxico, ou, até para Lula.
Como nenhuma das três opções interessa, restou ao tucano aceitar ou largar Ciro, apostando numa 3a via meio capenga.
Zuzinha Covas, filho do ex-governador Mário Covas e aliado, está sinalizando a militantes do PSDB de São Paulo que vai para o PDT. Outras lideranças estão fazendo o mesmo. A dobradinha com Ciro virou assunto nas rodas de militantes.
Geraldo não fala, não ouve e não enxerga
O problema de Geraldo chama-se Alckmin.
Em política ele é uma espécie de Bar Sujinho – antigo bar das Putas – na rua da Consolação, em São Paulo.
O estabelecimento ganhou fama com a bisteca de boi na brasa, que os chefs mais sofisticados definem como uma receita onde ‘se faz tudo errado e dá certo’.
Sei que é difícil de acreditar, mas Geraldo acredita mesmo que é guiado por uma luz divida. Ele sempre está aguardando um sinal.
O problema é que nas vezes em que andou sozinho, como agora, o tal sinal seguiu por descaminhos: foi assim nas campanhas de 2006, 2008 e 2018.
Geraldo insistiu 2 vezes na disputa pela presidência, em 2006 e 2018, e outra à prefeitura de São Paulo, em 2008, e em todas acabou passando vergonha.
Em 2006, chegou a dizer que a única pessoa que ficou ao seu lado até o fim foi a filha Sophia.
Agora ensaia um romance com Ciro, mas até onde vai o diálogo ninguém sabe.
O que se sabe é outra coisa: Geraldo tem medo de abandonar o PSDB, partido que tem capilaridade na classe média conservadora e que sustenta o tucanato desde que Montoro foi eleito governador de São Paulo ainda nos anos 80.
O rala e rola com Ciro, dependendo das circunstância, tende mesmo a ficar na conversa, pois o provável mesmo é que Geraldo não se mova e permaneça onde está