O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou levantamento divulgado pela ONG lavajatista Transparência Internacional que apontou uma piora na percepção sobre a corrupção no Brasil durante o terceiro mandato do governo Lula. O país caiu dez posições e ficou em 104º lugar, num ranking de 180 nações, no IPC (Índice de Percepção da Corrupção) em 2023.
Para o magistrado, o estudo deve ser visto “com cautela”. “Um índice baseado em percepções precisa ser visto com cautela. A questão exige exame mais aprofundado, a fim de evitar conclusões precipitadas”, avalia o decano da Corte.
Um índice baseado em percepções precisa ser visto com cautela. A questão exige exame mais aprofundado, a fim de evitar conclusões precipitadas. https://t.co/tAw49xKFoK
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) January 31, 2024
A declaração do magistrado segue o que disse a Controladoria-Geral da União (CGU) em comunicado divulgado nesta terça (30). O órgão aponta que “os resultados devem ser vistos com cautela” e que o estudo da ONG lavajatista tem “limitações metodológicas”.
“Há de ressaltar que estudos internacionais discutem as limitações metodológicas de índices baseados em percepção, por isso seus resultados devem ser vistos com cautela. Diversos organismos internacionais – entre eles ONU, G20 e OCDE – têm discutido a elaboração de novas medidas sobre o tema. A corrupção é um fenômeno complexo e nenhum indicador consegue medir todos os seus aspectos”, afirmou o órgão em nota.
O levantamento tem gerado críticas. A presidente nacional do PT e deputada Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que o estudo mostra que a Transparência Internacional é “oposição política” ao presidente. O secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, diz que a entidade não tem credibilidade e “se mancomunou com a Lava Jato”.
A ONG já foi denunciada por sua relação com a força-tarefa e seu dirigente no Brasil, Bruno Brandão, mantinha um grupo no Telegram com o ex-juiz Sergio Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol e outros membros do Ministério Público.