Nesta segunda-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que o ataque às urnas eletrônicas podem ser uma forma de justificar uma possível derrota nas eleições.
Em entrevista coletiva no Recife, o magistrado defendeu o sistema eleitoral brasileiro, porém não citou o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem feito diversas insinuações golpistas, questionando a veracidade das urnas.
“Nunca tivemos um episódio sequer de fraude que fosse atribuída às urnas eletrônicas. O que me parece é que esses movimentos populistas e de feições iliberais vivem atrás de determinadas mensagens que possam unir o seu grupo e que se achou então essa desculpa em relação às urnas eletrônicas inclusive talvez para justificar uma possível derrota nas eleições ou para justificar alguma coisa do tipo”, disse Gilmar.
Logo após, ele fez questão de relembrar que o ex-capitão, antes mesmo de se tornar presidente da República, já havia vencido várias eleições com votação por meio das urnas eletrônicas.
“Tivemos eleições [em 2018] em que, se fosse se dizer que Bolsonaro ganharia a priori, muitos diziam que seria uma fake news, e ele ganhou, como ganhou outras eleições e nunca houve queixa que se tratasse de fraude. Agora se diz ‘ah, em 2018 teve fraude’, mas teve fraude e ele ganhou? Isso causa perplexidade”, acrescentou o ministro.
Mesmo após diversos ataques ao sistema eleitoral, Bolsonaro segue em segundo lugar nas pesquisas presidências, atrás de seu principal adversário, o ex-presidente Luz Inácio Lula da Silva (PT).