Gilmar Mendes, que autorizou operação de busca e apreensão contra Carla Zambelli, diz que a deputada bolsonarista armazenava um “verdadeiro arsenal”. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) diz que a descoberta foi feita por investigadores. A informação é da CNN Brasil.
O magistrado atendeu a pedido da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que alegou haver “necessidade resguardar a ordem pública diante do tensionamento político vivenciado e da iminente transição pacífica de poder”. O documento foi encaminhado ao Supremo no último dia 30.
“A finalidade da medida cautelar de apreensão de todo o armamento e todas as munições que estejam em poder da parlamentar visa justamente resguardar a ordem pública e a evitar a reiteração de delitos com o uso de arma de fogo, seja em razão do acirramento dos ânimos dos opositores inconformados com a iminente posse do Presidente da República eleito, seja para assegurar a aplicação da lei penal”, escreveu Lindôra.
A vice-procuradora ainda disse que a deputada apresentou “porte para arma específica e está portando outra arma diversa da autorização concedida”. Segundo Gilmar, “a posse e o manejo de armas de fogo pela parlamentar oferecem grave risco para a ordem pública”.
Nesta terça (3), Zambelli foi alvo da Polícia Federal, que apreendeu uma pistola calibre 380 da Taurus, um revólver calibre 38 da marca Rossi e uma pistola calibre 9 mm, da Ruger. Em 27 de dezembro, a deputada já havia entregue para a corporação uma pistola Taurus G3C e um carregador com 12 munições após determinação do magistrado.
“Causa estranheza, como bem salientado pela Procuradoria-Geral da República, que a parlamentar tenha inicialmente se recusado a entregar a pistola ao Departamento de Polícia Federal, alegando que a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal ainda não havia sido publicada e que, tão logo isso ocorresse, seria impugnada por seus advogados”, afirmou Gilmar na decisão mais recente.
Lindôra também pediu para que o Supremo determinasse uma operação em seu gabinete na Câmara dos Deputados, mas o ministro negou, “diante da inexistência de qualquer indício de que os armamentos estejam acautelados no interior do Congresso Nacional”.