Na quarta-feira (28), o ministro do STF, Gilmar Mendes, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro parece ter feito uma confissão ao mencionar uma minuta golpista em seu discurso no último domingo (25). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro declarou: “Parece [que foi uma confissão], que todos sabiam”.
Ele enfatizou que a manifestação de domingo não altera a posição do STF em relação à investigação. Gilmar Mendes destacou: “Entendo que o presidente saiu de uma situação de possível autor intelectual para uma situação de potencial autor material de todo esse quadro; é isso que a investigação da Polícia Federal trouxe”.
Além disso, Gilmar Mendes rejeitou o pedido de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2022. Em uma entrevista à revista Carta Capital, publicada na terça-feira (27), ele afirmou que os acontecimentos foram extremamente graves e que alguns processos já estão em estágios avançados, tornando a sugestão de anistia inadequada.
“Estamos falando da ameaça mais grave à democracia em todos esses anos pós-ditadura. Aqueles que tiveram participação menor no evento já foram consagrados com medidas muito mais leves. A maioria dessas pessoas foi liberada. Essa dosimetria a Justiça já está fazendo”, disse o ministro.
Bolsonaro reconheceu durante seu discurso no último domingo a existência de um rascunho de decreto golpista. Ele disse: “O golpe é porque tem uma minuta de um decreto de Estado de Defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência”. A Polícia Federal irá incluir essa declaração em sua investigação.
Em entrevista ao Estadão, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, diz que a declaração de Jair Bolsonaro no último domingo soa como uma "confissão" de participaração na elaboração das minutas golpistas. pic.twitter.com/xAVaHbYkDo
— William De Lucca (@delucca) February 28, 2024
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