Gilmar pede inquérito sobre métodos da Lava Jato: “Tortura, coisa de pervertidos”

Atualizado em 10 de maio de 2023 às 12:24
Gilmar Mendes, ministro do STF – Foto : Nelson Jr./SCO/STF

Na última terça-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu uma investigação sobre os métodos usados na Operação Lava Jato. Ele também disse que a força-tarefa praticava “tortura”. As declarações foram feitas durante sessão de julgamentos da Segunda Turma.

“Teria que ter inquérito para saber o que se passou. As pessoas só eram soltas, liberadas, depois de confessarem e fazerem acordo. Isso é uma vergonha e nós não podemos ter esse tipo de ônus. Coisa de pervertidos. Claramente se tratava de prática de tortura usando o poder do Estado”, afirmou Mendes.

Segundo o magistrado, após ler o livro escrito pelo empresário Emilio Odebrecht, ele ficou convencido de que a força-tarefa de Curitiba “forçou” delações premiadas.

“São páginas que envergonham a Justiça. O que se fez em Curitiba, nessa chamada República de Curitiba, com a Lava Jato, nós temos que fazer um escrutínio muito severo, porque se trata de algo extremamente grave”, ressaltou o ministro.

Gilmar Mendes, ministro do STF – Foto: Reprodução

Ele ainda afirmou que as condutas do ex-juiz Sérgio Moro e do ex-procurador da República Deltan Dallagnol, os nomes mais conhecidos da operação, deveriam ser investigadas para evitar excessos no futuro. Atualmente, ambos são parlamentares.

“É uma vergonha. Eu acho que o CJF (Conselho da Justiça Federal) deveria investigar, a despeito deles terem deixado já as funções, porque se trata de corrigir para que isso não mais se repita”, defendeu o magistrado.

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