Disse outro dia o quanto é ruim a gritaria no Brasil quando se trata de discutir política ou outros temas. Expressões como “pig” e “besta”, comentei, mostram preguiça mental misturada com intolerância.
Vejo agora Gilmar Mendes usar palavras como “bandidos” e “ganguesteres” para se referir às pessoas que estariam movendo supostamente uma campanha subterrânea para caluniá-lo. É uma perda de compostura completa. Ele está julgando e condenando antes de investigar.
Vaias. De pé.
E então me ocorrem as palavras sábias do jornalista Henry Jarvis Raymond (1820-1869), que aos 30 e poucos anos fundou o New York Times. Trabalhara, antes, com um dos maiores editores da história do jornalismo, Andrew Greeley, dono do Tribune de Nova York – um idealista brilhante e extraordinariamente influente que empregou Karl Marx como correspondente.
Raymond, no primeiro número do Times, afirmou o seguinte: “Não pretendemos escrever com inflamação a não ser que este seja, mesmo, o caso; é um objetivo nosso nos inflamarmos o menos possível. Há poucas coisas no mundo que merecem raiva; e são justamente as coisas que a raiva não vai conseguir melhorar.”
Agora sim.
Clap, clap, clap.
Aplausos. De pé.