Depois da inesquecível matéria sobre o corte de cabelo de Jair Bolsonaro, uma palhaçada que a Globo cobriu diligentemente, agora é a vez de fazer propaganda dos hábitos alimentares do sujeito.
Como todo demagogo, Bolsonaro tem alguns truques na manga para parecer um homem do povo.
Fotos e vídeos dele tomando café da manhã fora usadas à farta na campanha.
Tudo é calculadamente espontâneo: o suposto desleixo, o saco de pãozinho, as migalhas na mesa, a manteiga, a “simplicidade” da cena e do ator.
O clássico esquema do “gente como a gente”.
Aposto como seu tio ou seu cunhado curtem.
A imagem de uma refeição dessas saiu no Jornal Nacional. O Globo resolveu pegar a papagaiada e transformar em “reportagem”.
Segundo o que foi publicado no jornal dos Marinhos, pão francês com leite condensado “não é um gosto tão incomum” no Rio de Janeiro.
Clientes contam que adoram a coisa. Um padeiro dá uma entrevista se jactando de uma elaborada receita “inspirada no presidente eleito”.
“Já que ele gosta de recheios exóticos, eu prepararia um pão rústico, com massa de cerveja preta, açúcar mascavo, levedura caseira e tomate seco no pão”, afirma.
E por aí vai.
É injusto apontar Silvio Santos como o maior puxa saco do governo Bolsonaro.
Silvio é apenas o mais explícito, praticando bajulação avant la lettre com os slogans exumados da ditadura.
SBT, Record e Globo colocaram sua máquina a serviço desse lixo. Ele ameaça os jornalistas, as empresas respondem lambendo suas botas.
No final das contas vale a verba publicitária.
O governo Bolsonaro promete encerar o capítulo mais grotesco da história recente da mídia nacional.