Globo sai em defesa de Mônica Waldvogel após jornalista ligar o PT ao Hamas

Atualizado em 9 de outubro de 2023 às 22:22
Monica Waldvogel na Globonews, ao dizer que o PT apoia o Hamas. Reprodução

Após críticas nas redes sociais, a Globo veio em defesa da jornalista Mônica Waldvogel, que, no programa “Em Ponto” da GloboNews, na segunda-feira (9), abordou a suposta ligação entre o PT (Partido dos Trabalhadores) e o Hamas, o grupo terrorista que atacou Israel no sábado (7), desencadeando um conflito na região do Oriente Médio.

Durante a cobertura do conflito, a âncora do programa afirmou que o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, membro do PT, evitou repudiar diretamente os ataques do grupo devido a essa suposta conexão entre o partido e o grupo terrorista.

“A atenção se voltou para o fato de que o governo brasileiro procurou evitar mencionar o nome do grupo Hamas. Isso se deve em parte à perspectiva do Partido dos Trabalhadores, que encara o Hamas como resistência, devido à falta de negociações que garantam um status melhor para a Palestina”, declarou a jornalista.

O vídeo viralizou, gerando críticas da esquerda à jornalista e à emissora nas redes sociais. Nos bastidores, deputados do PT em Brasília também manifestaram seu descontentamento aos colegas da jornalista.

O PT ainda não emitiu um comunicado oficial em resposta à declaração de Mônica Waldvogel. A Globo, por sua vez, afirmou que não houve erro na informação e que ela é verdadeira.

A emissora esclareceu que, em 2021, alguns deputados do PT divulgaram um manifesto em apoio ao Hamas como forma de resistência contra Israel, que, segundo eles, não estaria buscando negociações para garantir a paz ao povo palestino.

A Globo anunciou que a apresentadora abordará novamente o assunto na próxima edição do programa, marcada para terça-feira (10), com o objetivo de explicar sua posição de forma mais detalhada.

Confira o comunicado do grupo Globo:

“Amanhã, no Em Ponto, Mônica Waldvogel vai reiterar que se referiu, não ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado, em 2021, por representantes do partido.

Nele, os signatários afirmam que:

‘Resistência não é terrorismo!

Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de ‘organização terrorista’, alegando falsamente que o Movimento palestino seria ‘fundamentalmente e radicalmente antissemita’.

Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes. Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos.

O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender.

A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino.

Brasil, 23 de novembro de 2021.’

Mônica vai informar também que, no site do programa, os assinantes poderão encontrar os nomes dos seguintes deputados do PT que assinaram o manifesto:

Deputado Zeca Dirceu (PT-PR)
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS)
Deputado Alexandre Padilha (PT-SP)
Deputada Érika Kokay (PT-DF)
Deputada Professora Rosa Neide (PT-MT)
Deputado Enio Verri (PT-PR)
Deputado Helder Salomão (PT-ES)
Deputado Nilto Tatto (PT-SP)
Deputado Padre João (PT-MG)
Deputado Paulão (PT-AL).”

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