O programa Estúdio I, da GloboNews, fez uma cobertura aviltante da morte de Maradona.
Mesclando deboche e sensacionalismo, a âncora Maria Beltrão conseguiu a proeza de bater o próprio recorde de risadas fora de hora e lugar.
A comoção que tomou o mundo passou ao largo da turma, que achava graça em idiotices.
A ênfase foi à “idolatria” em torno do jogador, com anedotas dos presentes sobre a “igreja” Maradona e causos idiotas do correspondente Ariel Palácios, e à dependência química.
(Um dia a Nasa vai descobrir de onde vem o sotaque de Palacios).
Beltrão gargalhava sem razão, dando o tom para os puxa-sacos que a cercam.
Jornalistas e ex-jogadores foram convocados a relatar sua experiência com Maradona.
Júnior, ex-Flamengo, foi instado a responder se, no jogo contra o Boca Juniors, em 1981, notou que o argentino estava drogado.
Saiu-se como deu diante da pegadinha.
Só faltava revelar que testemunhou Maradona se picar atrás do gol e voltar para o campo.
Sidney Garambone lembrou que viu Maradona no Carnaval do Rio e ele foi ao banheiro porque tomou “muito guaraná e tinha que fazer xixi”.
É uma maneira sutil e supostamente divertida de sugerir que Maradona foi cheirar cocaína.
Momentos antes, Casagrande estava dando um depoimento grave e tocante sobre a dependência de drogas.
Coube ao mesmo sujeito lembrar a militância política de Diego.
Ele foi, nas palavras de “Garamba”, o “primeiro jogador populista” por sua convivência com Chávez, Fidel Castro e Evo Morales.
Era um “gauche na vida”. Era parte de sua rebeldia.
Ou seja, a regra é ser um Pelé ou um Neymar, calar a boca, jogar bola e morrer.
Se tivesse VAR do jornalismo e da vergonha na cara, daria impedimento.