Alberto Sardilli, ex-comandante da Rota de São Paulo, afirmou que intervenção militar para defender a democracia não é golpe.
Questionado sobre a possibilidade de uma ruptura institucional pelas Forças Armadas, ele afirmou que “é possível” mas não configuraria “golpe”.
“Golpe é ter meia dúzia de generais e depor o presidente, independente de condições anteriores. Agora, você intervir em uma condição em que determinado órgão, a exemplo do STF, toma medidas não refletindo o senso de justiça para a maioria da população brasileira, não acho que é golpe. Se você vai apanhar de alguém, você se defende. E é o papel das Forças Armadas, defender o país”.
Se o Exército acionar o artigo 142 da Constituição, a PM vai seguir a instituição, afirmou à coluna Saída Pela Direita da Folha.
“Se o Exército entender que precisa tomar alguma medida, as polícias militares continuam seguindo a Constituição”.
Sobre o afastamento de coronel que apoiou manifestação pró-golpe
O afastamento do coronel golpista Aleksander Lacerda causou impulsionou PMs no ato de 7 de setembro, diz Sardilli.
Ele diz que até mesmo policiais da ativa vão participar da manifestação:
“Só não pode ir fardado”.
O ex-comandante da Rota nega que seja insubordinação e alega que a presença de Bolsonaro não torna o ato uma manifestação política:
“Bolsonaro nem partido político hoje tem. Ele é o presidente da República”.
Antes do afastamento de Aleksander, havia um “movimento razoável” para o ato.
Após o pedido de João Doria, “a coisa tomou uma proporção muito maior”.
“O pessoal não aceitou, não viu com bons olhos a intervenção política do governador. A tropa e mesmo os oficiais da ativa ficaram inconformados”, diz Sardilli.
“Falam de ala bolsonarista na PM, eu discordo. A maioria da PM é bolsonarista. Muito mais da metade, mais de 80%”.
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