O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o golpe de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro teria se consumado se o então chefe do Exército, general Freire Gomes, tivesse concordado com a iniciativa.
“Indagado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta de decreto que viabilizasse um golpe de Estado não fosse adiante respondeu: que sim, que caso o comandante tivesse anuído, possivelmente, a tentativa de golpe de Estado teria se consumado”, diz trecho de seu depoimento.
Ele e Freire Gomes prestaram depoimento à PF após serem citados na representação que originou a operação Tempus Veritatis, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra Bolsonaro e seus aliados por iniciativa golpista.
Baptista Júnior também relatou a investigadores que o ex-comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro se ele tentasse promover um golpe de Estado. “Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático (…), o então comandante do Exército, General Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República”, relatou.
Ambos negam participação e implicam o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, na trama golpista. O segundo teria colocado “suas tropas à disposição de Jair Bolsonaro”, de acordo com Baptista Júnior.
Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica ainda relataram à PF que o então ministro da Defesa foi quem convocou os chefes militares para discutir uma proposta de golpe e um plano para impedir a posse de Lula em 2022.