O Parlamento Europeu indicou a ex-presidente interina da Bolívia, a golpista Jeanine Añez, para o prêmio Sakharov, de reconhecimento a indivíduos e organizações que se dedicam à promoção dos direitos humanos.
Añez concorre ao prêmio com o líder da oposição da Rússia, Alexei Navalny, e a Comissão Afegã Independente de Direitos Humanos, grupo de mulheres que busca a igualdade de gênero no Afeganistão.
Os candidatos ao prêmio são escolhidos por integrantes do Parlamento Europeu. O grupo das mulheres afegãs, por exemplo, foi escolhido pelo bloco social-democrata e verdes do plenário. Já a candidatura de Añez foi lançada pela bancada dos conservadores e reformistas europeus, que contempla o partido espanhol de extrema-direita Vox.
No Twitter, a equipe de Añez celebrou a indicação. “Para aqueles que lutam pela liberdade, democracia, pacificação da Bolívia, justiça e direitos humanos”, escreveu.
Confira abaixo:
Por quienes luchan por la libertad, la democracia, la pacificación de Bolivia, la justicia y los derechos de todos; por quienes sufren abusos y persecución por ejercer la libertad de conciencia y el respeto a la vida… Gracias @Europarl_ES @hermanntertsch#LiberenAJeanine pic.twitter.com/6xFY8CSGEz
— Jeanine Añez Chávez (@JeanineAnez) October 14, 2021
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Golpista detenta
Añez subiu ao poder depois que Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia durante uma onda de protestos que alegavam fraude eleitoral, em 2019. Enquanto esteve no poder, Añez enfrentou uma onda de protestos tanto pela crise social e econômica causados pela pandemia, quanto pelas manobras políticas para adiar a realização de eleições.
O candidato de Morales, Luis Arce, foi eleito no ano passado. Ao subir ao poder, Arce acusou Añez e seus aliados, incluindo outros políticos e militares, de articularem um golpe. O pleito que elegeu Arce só foi realizado em outubro de 2020, depois de 3 adiamentos.
Em março de 2021, Añez foi presa sob acusação de “insurreição” e “terrorismo” na investigação judicial que apura o golpe de Estado contra Morales.