A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), por cinco crimes, incluindo organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. A denúncia alega que as atividades ilícitas causaram um prejuízo de quase R$ 12 milhões aos cofres públicos.
A PGR solicitou o afastamento de Cameli durante o período das investigações. O chefe do Executivo acreano, que já teve R$ 10 milhões, carros, imóveis e um avião bloqueados pela Polícia Federal em março deste ano, agora poderá ser julgados por penas que, somadas, podem alcançar 40 anos de prisão.
O governador bolsonarista, sua esposa e dois irmãos estão entre os 13 denunciados, incluindo servidores, empresários e pessoas supostamente utilizadas como “laranjas”. Segundo a denúncia, Cameli lideraria o grupo, participando de esquemas fraudulentos desde 2019.
A acusação aponta que o governador teria recebido mais de R$ 6 milhões em propina de empresas de construção, algumas das quais têm seu irmão, Gledson, como sócio. Contratos fraudulentos foram firmados, com empresas executando serviços diferentes do contratado e superfaturando em quase R$ 3 milhões.
O pedido de afastamento de Gladson Cameli será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação ganhou destaque após uma reportagem do Uol detalhar o estilo de vida luxuoso do governador e sua família, incluindo uma BMW de R$ 500 mil e uma mansão em Miami avaliada em US$ 4,5 milhões (quase R$ 23 milhões), levantando suspeitas sobre a origem dos recursos para tais aquisições.
A defesa de Cameli negou as acusações, argumentando que os gastos são provenientes de atividades empresariais. A Polícia Federal suspeita que o governador tenha omitido parte significativa de sua fortuna, uma vez que, em 2022, declarou um patrimônio de R$ 5,1 milhões, enquanto a PF estimava que ele possuísse cerca de R$ 21 milhões em 2021.