O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende usar a CPI dos Ataques Golpistas para atingir o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, emparedar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tomar as rédeas da investigação.
De acordo com informações do jornal O Globo, o trabalho dos parlamentares deve começar na próxima semana, com a expectativa de que o assunto domine a pauta do Congresso. Além disso, para enfrentar a CPI, o Palácio do Planalto avalia que as apurações não podem ficar restritas ao dia das invasões.
Pelo plano definido pelo governo petista, a cronologia das investigações da CPI começará com as operações nas estradas, passará pelos ataques ocorridos em Brasília no dia 12 de dezembro, data da diplomação de Lula, abordará os acampamentos em frente aos quartéis do Exército e chegará ao dia dos atos terroristas, em 8 de janeiro.
Vale destacar que a gestão Lula acredita que as informações colhidas pela comissão podem ser compartilhadas com a Justiça e acelerar o inquérito que corre sob supervisão do Supremo.
Alvo dos governistas na CPI do 8 de janeiro, Torres teve mais um pedido de liberdade negado na última sexta-feira (28), desta vez pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado manteve decisão de Alexandre de Moraes.
Moraes elencou alguns motivos para manter Torres preso. Um deles, que deve ser levado à CPI, é em relação às blitzes promovidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno da eleição presidencial do ano passado em redutos lulistas.