Com a implementação de medidas eleitorais adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e pelo Congresso, haverá o desfalque de R$ 178,2 bilhões no caixa do Planalto em 2023.
O valor aumenta para R$ 281,4 bilhões com a redução do caixa dos governadores e dos prefeitos devido à desoneração permanente do ICMS dos combustíveis, energia, transporte e comunicações e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), segundo informações do Estadão.
Caso tenha reajuste no salário dos servidores federais, o prejuízo pode chegar a R$ 306,4 bilhões, de acordo com o jornal. Também entra na lista um custo adicional de pelo menos R$ 60 bilhões para financiar em 2023 a permanência do piso de R$ 600 do benefício do Auxílio Brasil, medida que já foi antecipada pelos dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto para presidente: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro (PL).
Está previsto ainda o gasto de R$ 25 bilhões, a partir de março do próximo ano, para o reajuste do salário dos servidores públicos de 10%, um percentual de correção que não repõe nem a metade da inflação acumulada de 25% para o período de 2020 a 2022. O aumento salarial dos servidores é dado como certo após o congelamento dos salários neste ano e de Bolsonaro quebrar a promessa de correção de 5%.
Em relação aos impactos do corte do IPI, dos R$ 27,4 bilhões de redução de receitas do imposto em 2023, R$ 11,2 bilhões seriam da União e o restante, R$ 16,2 bilhões, dos estados e municípios. A conta não inclui os efeitos das medidas que estimulam o consumo e o crédito, como a liberação do FGTS, o financiamento às micro e pequenas empresas e o lançamento do empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil.