Recentemente, mais um presidente da Petrobras deixou o cargo de presidência da estatal, no fim de junho. No governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a média de permanência dos presidentes da petrolífera é a terceira pior desde a criação da estatal, em 1953. O tempo médio de duração de um executivo na empresa nos últimos três anos, é de apenas 10 meses.
Com isso, o governo atual só perde para as gestões de João Goulart e Fernando Collor, os quais ambos não terminaram seus mandatos. A média de permanência em seus governos era de 9 meses e 6 meses. O levantamento foi feito pelos cientistas políticos Alessandro Tokumoto e Luiz Domingos, em parceria com o Observatório Social do Petróleo (OSP).
Desde o início do governo do presidente em 2019, a Petrobras teve o total de 5 presidentes, sendo Caio Paes de Andrade, o quinto, que foi aprovado pelo conselho da empresa no último dia 27.
No governo Bolsonaro, a estatal já foi presidida por José Mauro Coelho, pelo general Joaquim Silva e Luna, pelo economista Roberto Castello Branco e também por Fernando Borges, que foi presidente interino.
As mudanças aconteceram principalmente pela insatisfação com a alta dos preços dos combustíveis e os conflitos direto com o Palácio do Planalto.
Caio Paes de Andrade foi secretário de desburocratização do Ministério da Economia. Já Fernando Borges assumiu o cargo em 20 de junho e permaneceu no comando da estatal até a concretização da indicação de Caio Paes de Andrade.
José Mauro Coelho é graduado em química industrial, com mestrado em engenharia dos materiais e doutorado em planejamento energético e deixou o cargo pressionado pelo governo após reajuste de preços do diesel e da gasolina.
Joaquim Silva e Luna é militar e tomou posse em abril de 2021. Ele permaneceu no posto até março deste ano, sendo demitido em abril deste ano por ter seguido a lógica de mercado para definição dos preços dos combustíveis.
Já Roberto Castello foi o primeiro a assumir o cargo no governo de Bolsonaro. Foi indicado logo após as eleições de 2018 e permaneceu no cargo até fevereiro de 2021, quando foi demitido por Bolsonaro, que alegou estar insatisfeito com os reajustes nos preços de combustíveis.