O governo de Jair Bolsonaro mentiu e omitiu informações sobre o desmatamento no país para ser aceito na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O Executivo entregou mais de mil páginas de documentação sigilosa sobre leis nacionais e políticas para a instituição. A informação é da coluna de Jamil Chade no portal UOL.
No documento, o governo cita o Fundo da Amazônia na lista de medidas adotadas para cumprir os requisitos ambientais da instituição. O fundo teve fim no primeiro ano da gestão de Bolsonaro.
O relatório não cita que o Brasil não alcançou a meta de redução do desmatamento e emissão de carbono. A mais importante era reduzir a taxa anual de desmatamento da Amazônia em 80% em relação à média do período entre 1996 e 2005.
O governo também cita a criação da Moratória da Soja em 2008 para fazer com que empresas “se comprometam a não comprar, comercializar ou financiar soja cultivada em fazendas que tenham desmatado ilegalmente”. O documento não cita que, em 2019, o presidente se comprometeu com a bancada ruralista para trabalhar pela extinção do pacto.
Também é citado no relatório um “completo alinhamento” do Brasil à preservação da biodiversidade. No texto, entretanto, não há explicação sobre o plano do país para aderir ao plano da OCDE, que propõe acabar com a perda de biodiversidade até 2030.
Apesar do desmonte promovido pelo governo na área ambiental, o documento diz que o país está alinhado com 35 dos 37 instrumentos da OCDE na área.