Governo Bolsonaro nomeou ex-assessor de Collor e pessoas sem experiência para a Funai

Atualizado em 18 de outubro de 2022 às 15:13
Indígenas queimam cartaz com foto do presidente da Funai, Marcelo Xavier. Foto: Reprodução/Apib

Dos atuais 39 coordenadores regionais da Fundação Nacional do Índio (Funai), 17 não tem qualquer vínculo com a causa indigenista, revelou levantamento feito pela Folha.

Na lista há um ex-assessor do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), um ex-vendedor de carros e militares que participaram das incursões do Exército no Haiti (2004-2014) e no Rio de Janeiro (2018).

As informações foram obtidas por meio de um pedido que a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez ao órgão, que a respondeu no dia 14 de setembro.

“O que chama muito a atenção é que a maioria dos nomeados não possui nem qualificação técnica e nem experiência para tratar da pauta indígena”, afirmou Melchionna.

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) vem se notabilizando por escalar militares e policiais para ocupar cargos de confiança na Funai. Atualmente, são 16 militares em postos de comando. O número já chegou a 22.

As coordenações regionais se dedicam a administrar o trabalho de campo feito pelos indigenistas do órgão e responde diretamente ao presidente Marcelo Xavier. Ele é acusado por organizações do setor de atuar contra os interesses dos povos originários e perseguir servidores.

Sob a gestão de Bolsonaro, não houve a demarcação de nenhuma nova terra indígena no país.

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