Governo Bolsonaro usou Abin para minar a confiança nas urnas; entenda

Atualizado em 1 de março de 2024 às 15:51
Fachada da Abin. Foto: reprodução

Uma investigação da Polícia Federal revelou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu um relatório informal sobre notícias falsas envolvendo a empresa Positivo Tecnologia e ataques às urnas eletrônicas, segundo o jornal O Globo.

As mensagens trocadas entre oficiais da Abin, divulgadas recentemente, indicam que a ordem para essa missão teria partido do então chefe do órgão, Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL e próximo da família Bolsonaro.

As postagens disseminando informações falsas sobre a Positivo Tecnologia e o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), um dos fundadores da empresa, começaram a circular em julho de 2020. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relacionaram a Positivo com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil-PR) e especularam sobre supostas conexões com o PT.

Apesar da falta de fundamentos, a Abin foi acionada para produzir um relatório sobre o assunto. Em mensagens de WhatsApp obtidas pela PF, um oficial da Abin encaminhou posts enviados por Ramagem, indicando análise da situação da empresa e a possibilidade de interferência.

As informações levantadas pelos oficiais de inteligência não corroboraram as teorias bolsonaristas, limitando-se a dados públicos. No entanto, a PF destacou o viés político da Abin e a falta de justificativa para a ação.

Primeiras fake news sobre o senador Oriovisto surgiram ainda em 2020. Foto: reprodução

O deputado Ramagem não se manifestou sobre o assunto. Já o senador Oriovisto Guimarães lamentou ter sido alvo da Abin e ressaltou que, na época da licitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já havia se desligado da Positivo Tecnologia. A empresa afirmou desconhecer qualquer investigação da Abin.

“É uma tolice. Tenho 78 anos e estão falando de 1968, quando fiz parte do movimento estudantil. Isso, para mim, atesta a incompetência do serviço de informação, porque dão informação errada a quem estão dando”, disse Oriovisto.

Em nota, a Positivo afirmou desconhecer qualquer monitoramento ou investigação em que esteja envolvida. “Como é de conhecimento público, os contratos com o TSE foram firmados por meio de licitações para fornecimento de urnas eletrônicas”, afirmou a empresa.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe do nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link