Governo demite Silvio Almeida após acusações de assédio sexual

Atualizado em 6 de setembro de 2024 às 19:13
O agora ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Foto: Reprodução

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido após acusações de assédio sexual nesta sexta (6). A ONG Me Too Brasil relatou, nesta quinta (5), ter recebido denúncias de vítimas, incluindo de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, sua colega no governo.

Em nota à imprensa, o governo afirmou que a decisão de demiti-lo foi tomada por conta “das graves denúncias”. “O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, diz o comunicado.

O governo ainda informou que a Comissão de Ética da Presidência iniciou um procedimento para apurar as denúncias.

O ministro negou as acusações e enviou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo uma investigação por possível “denunciação caluniosa”. O órgão encaminhou o caso à primeira instância para investigações.

O presidente Lula se manifestou sobre o caso na tarde de hoje e indicou a possível demissão do ministro. O petista afirmou que “quem pratica assédio não vai ficar no governo” e que “não é possível a continuidade [de Silvio Almeida]” numa pasta de sua gestão.

Os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial). Foto: Reprodução

Após as acusações divulgadas pela imprensa, Isabel Rodrigues (PSB), candidata a vereadora de Santo André (SP) e professora, afirmou que também foi vítima do ministro. Ela relatou que Almeida “invadiu suas partes íntimas sem seu consentimento” durante um evento em agosto de 2019.

Leia o comunicado do governo na íntegra:

Nota à Imprensa

Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania.

O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual.

A Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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