Cerca de R$ 1,7 bilhão foram liberados pelo governo federal em emendas parlamentares em meio ao risco de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofrer a maior derrota no Congresso em seu terceiro e atual mandato. Com informações da Folha de S.Paulo.
A autorização de liberação da verba ocorreu nesta quarta-feira (31). A data coincide com o dia em que interlocutores de Lula preferiram adiar a votação da MP (medida provisória) que trata da restruturação dos Ministérios. Corre um grande risco da MP não ser aprovada e acabar derrubada.
Caso seja rejeitada, a estrutura dos ministérios voltaria a ser igual a da gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que desmontou diversos ministérios.
Tal negativa resultaria no fim de pastas criadas em janeiro, como a dos Povos Indígenas, da Cultura, da Igualdade Racial, dos Transportes e do Desenvolvimento e Indústria.
Diante dessa possibilidade, mais cedo, por telefone, Lula entrou em contato com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, para agendarem uma reunião para discutir possíveis medidas que impessam a MP de ser derrubada. A reunião entre ambos estava prevista para ocorrer na tarde desta quarta.
As queixas em relação ao governo tratam da demora na liberação de emendas parlamentares, na nomeação de indicados políticos para cargos do governo, além da dificuldade de deputados conseguirem reuniões com ministros.
São reclamações que se arrastam há meses. O Congresso tem cobrado uma mudança na articulação política, apesar de não mirar ataques ao ministro da área, Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
Com o novo lote de R$ 1,7 bilhão, o governo autorizou, até o momento, R$ 4,5 bilhões em emendas individuais, que são aquelas que todo deputado ou senador tem direito e que são de execução obrigatória, ou seja, o Planalto precisa autorizar até o fim do ano.
Também houve liberação de emendas de bancada (definidas por parlamentares de cada estado) e emendas de comissão. O valor, porém, foi de apenas R$ 270 milhões.