O governo Lula estima que haverá uma inflação maior e um crescimento menor da economia em 2023. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que a estimativa de expansão da atividade em 2022 passou de 2,1% para 1,61%. A projeção anterior foi feita durante a gestão de Jair Bolsonaro, em novembro no ano passado.
Por meio da Secretaria de Polícia Econômica (SPE), o ministro aponta que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) passou de 4,6% para 5,31% neste ano e deve ficar em 3,52% em 2024. “A partir de 2025, espera-se convergência do IPCA para a meta de 3,00%”, diz a pasta.
Segundo a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, houve uma revisão motivada pelo aumento na projeção de preços monitorados. Ela foi parcialmente contrabalanceada pela desaceleração esperada na inflação de alimentação no domicílio e de bens industriais.
Todas as projeções para a inflação deste ano estão acima do teto da meta deste ano, que é de 3,25%. No caso de 2024, a meta é de 3%. A margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual.
A atualização da projeção para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também foi realizada, com base na correção do salário mínimo. De acordo com a SPE, a estimativa para a alta do indicador neste ano foi de 4,9% para 5,16%. No próximo ano, a projeção é de 3,3%.
Raquel Nadal, subsecretária de Política Macroeconômica do Ministério da Fazenda, afirma que, apesar da projeção mais alta para a inflação, o IPCA voltará para dentro do intervalo da meta no próximo ano. Ela diz que a pasta conta com uma aceleração dos preços monitorados por conta da reoneração do preço dos combustíveis.
Também aponta que as contas de luz e os planos de saúde devem ser reajustados e apresentar destaque na composição da inflação. Uma parte da alta dos preços monitorados deve ser compensada por diminuição da inflação dos alimentos e bens industriais.