Na última quarta-feira (22), dia em que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso, o governo Bolsonaro pagou R$ 1,8 bilhão em emendas de relator, o chamado orçamento secreto. O dinheiro foi repassado a redutos de políticos da base aliada para bancar gastos na área da Saúde.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, pouco mais de R$ 7 bilhões estão prometidos para até o fim desta semana, segundo técnicos envolvidos no trâmite orçamentário. As grandes quantias estão relacionadas com o calendário eleitoral, pois a legislação veda transferências a partir do dia 2 de julho, então o governo só tem até a próxima sexta-feira para irrigar prefeituras de aliados que poderão ajudá-lo em sua campanha para as eleições de outubro.
Apesar de os pagamentos estarem sob o comando da cúpula da Câmara e do Senado, para liberar quantias tão elevadas em um prazo tão curto, o governo teve que ampliar os limites financeiros que os ministérios são autorizados a gastar. Por esse motivo, uma edição extra do Diário Oficial foi publicada na noite de sexta-feira (24).
Neste ano, até agora, Arthur Lira (PP-AL) carimbou 75 emendas no valor de R$ 134 milhões para a Saúde em cidades de Alagoas. Ricardo Barros (PP-PR) também já garantiu acesso à verba e, até o último dia 24, já havia indicado R$ 32,2 milhões.
Ainda de acordo com o Estadão, embora o STF tenha determinado transparência total sobre quem são os parlamentares que apadrinham essas verbas, R$ 2,6 bilhões estão sendo atribuídos a “usuários externos” e saindo dos cofres da União sem a informação.