Governo pressiona empresários para sair de manifesto pró-democracia, diz Reinaldo Azevedo

Atualizado em 27 de julho de 2022 às 10:10
Jornalista Reinaldo Azevedo
Foto por: Reprodução/RedeTV

Reinaldo Azevedo, colunista do UOL, publicou nesta terça (26/07) críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) por pressionar empresários, que têm se articulado para reafirmar a confiança no sistema eleitoral, para sair de manifesto pró-democracia:

É evidente que todas as adesões são importantes. Dou destaque ao apoio de empresários e banqueiros porque Bolsonaro gosta de alegar intimidade com o capital, colocando-se como seu escudo de proteção contra os fantasmas comunistas que moram debaixo de sua cama, ao lado do urinol e da garrucha. Não! Poucas pessoas fazem tanto mal, também ao capitalismo brasileiro, como este senhor. (…)

Bolsonaro e os golpistas estão mais assanhados do que lambari na sanga. Mas têm de admitir que a batalha do golpe está perdida. Não sei se o outro golpe, o legiferante, arquitetado por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, será bem-sucedido, dando a vitória ao atual mandatário. Espero que não. O que não será fácil é desfechar um golpe contra a realização da eleição ou o resultado das urnas, caso este se mostre adverso. (…)

Ao ser informado de que banqueiros subscreviam um documento em defesa da democracia, Ciro Nogueira afetou desdém (falso!) e afirmou que eles estão descontentes com o governo Bolsonaro porque o PIX teria diminuído seus lucros. Há duas provas de que Nogueira mente, além da terceira — que consiste em Nogueira ser Nogueira:

1: se Bolsonaro perder, o PIX continua;

2: com Selic a 13,25% ao ano, que banqueiro leva em conta o PIX? Não há tarifa que concorra com juros nos cornos da Lua.

A verdade é que os palacianos estão desesperados. Temem mesmo é a cadeia porque todos eles sabem o que fizeram contra a democracia e o estado de direito no Verão de 42. Ops! De 22, 21, 20, 19…

O golpe vai perder.

(…)

Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.

Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.

Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior: a defesa da ordem democrática.

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