O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta terça-feira (3) que tomará medidas legais para solicitar à Justiça o aumento das multas impostas aos sindicatos dos funcionários do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp, devido à greve em andamento. Os protestos acontecem em oposição ao plano de privatização dos serviços proposto pelo bolsonarista.
Em entrevista à GloboNews, o governador disse que “está pedindo que a Justiça possa fazer valer o que já foi decidido. O aumento da multa, sim. A gente não pode ficar refém de uma situação dessa, de um sindicato que resolve paralisar os serviços, deixando toda uma cidade parada, gerando prejuízos para os trabalhadores”. Em sua conta no Twitter, ele escreveu que os grevistas, que classificou como “ilegais e abusivos”, chantageiam a população.
Segundo os representantes dos sindicatos, eles não foram consultados por Tarcísio para debater o assunto, e estão pedindo que a população tenha participação garantida por meio de um plebiscito.
No entanto, a Justiça determinou ontem que os metroviários deveriam manter 100% das operações nos horários de pico, o que não aconteceu. A multa atual para o descumprimento da decisão é de R$ 500 mil.
Sobre a greve anunciada para esta terça-feira, 3 de outubro, pelos sindicatos dos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp, o Governo de São Paulo reforça que esta é uma greve ilegal e abusiva, a qual torna refém a população que precisa do transporte público. É absolutamente… pic.twitter.com/JwRDpyQbZ4
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) October 3, 2023
O Sindicato dos Metroviários realizará uma nova assembleia, e há a possibilidade de estender a paralisação. A greve afeta o funcionamento das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, assim como as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM.
Além disso, há críticas à privatização das linhas de trem, que têm enfrentado problemas frequentes, incluindo descarrilamentos, velocidade reduzida, atrasos e falhas nas operações. As linhas privatizadas registram três vezes mais falhas do que as administradas pela CPTM, de acordo com relatórios recentes.
A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, acusou o governador de atacar o direito de greve dos trabalhadores e de “mentir em favor de um objetivo político” ao se referir às paralisações da categoria.