Grupo de extrema-direita é preso por vandalismo em museu do Holocausto em Paris

Atualizado em 26 de julho de 2024 às 17:51
Mãos vermelhas pintadas no museu Shoah em Paris — Foto: ANTONIN UTZ/AFP

Três cidadãos búlgaros, ligados a grupos de extrema-direita, foram presos sob suspeita de vandalizarem o Museu Shoah em Paris, em maio deste ano. As autoridades anunciaram as detenções nesta sexta-feira (26). Dois dos suspeitos foram capturados na Bulgária no dia anterior, em uma operação conjunta entre a Agência de Segurança Nacional Búlgara (DANS) e o Ministério do Interior. Um foi detido na capital, Sofia, e o outro na cidade de Blagoevgrad, no sudoeste do país. O terceiro suspeito foi preso na Croácia, segundo a Radio Free Europe.

Os três são acusados de vandalizar o museu na madrugada de 14 de maio, pintando 35 mãos vermelhas no Muro dos Justos, que homenageia 3.900 homens e mulheres que ajudaram a salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Segundo a DANS, as autoridades francesas haviam emitido um mandado de prisão europeu em 19 de julho, acusando os suspeitos de participação em um grupo criminoso organizado e danos a propriedade com motivações étnicas e raciais.

A Procuradoria de Paris iniciou uma investigação judicial logo após o incidente, seguindo o rastro dos três suspeitos, que fugiram para o exterior. A investigação revelou que os suspeitos se hospedaram em um hotel em Paris antes de viajar para a Bélgica, com as reservas feitas a partir da Bulgária.

Muro do museu Shoah em Paris. Foto: reprodução

As autoridades estão investigando se o vandalismo foi coordenado pelos serviços de segurança russos, após um incidente similar em outubro passado, quando dois moldavos admitiram ter pintado Estrelas de David em propriedades em Paris.

A França acusou uma campanha de desinformação russa de amplificar o impacto do grafite nas redes sociais, uma alegação que a embaixada russa em Paris condenou como “tentativas infundadas” de estabelecer uma conexão com a Rússia.

As mãos vermelhas pintadas no memorial simbolizavam mãos manchadas de sangue e faziam referência ao massacre de Israel contra palestinos em Gaza, designado como organização terrorista pelos EUA e pelo Reino Unido.

A resposta israelense gerou numerosos protestos em países ocidentais por grupos pró-palestinos, que destacaram o elevado número de mortes palestinas e as condições dos refugiados.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link