Em depoimento a Polícia Federal, o general reformado Augusto Heleno admitiu que um grupo extremista organizou ataques a jornalistas na porta do Palácio do Planalto. O movimento de extrema-direita é denominado de “Grupo dos 300”. O governo federal tinha conhecimento da ação contra os profissionais da imprensa.
Heleno sabia quem coordenava os ataques aos jornalistas. Na época, no entanto, ele não comentou sobre isso, apenas disse que os jornalistas deveriam “fingir que não ouviam as ofensas”.
No depoimento prestado em 14 de dezembro, o general explicou o objetivo do grupo extremista. “O Grupo dos 300, na época, estava tomando atitudes hostis contra jornalistas que acompanhavam o dia a dia do presidente”.
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Heleno diz que se encontrou com líderes do grupo extremista
Heleno ainda disse que partiu dele a iniciativa de falar com o grupo para “mitigar as ações hostis” contra os jornalistas pois a “situação não era de interesse do governo federal”. Ele se encontrou no gabinete do GSI, no Palácio do Planalto, com os principais líderes do movimento. de acordo com o general, o “objetivo da reunião foi tentar convencê-los a mudar o tratamento que eles estavam dispensando à imprensa”.
A PF questionou se a reunião teria ocorrido no dia 26 de maio de 2020, data apontada a partir de levantamentos feitos pela Polícia Federal. Heleno disse que “provavelmente trata-se da reunião” com o “Grupo dos 300”. Portanto, a declaração de Heleno sobre os jornalistas “fingirem” que não escutavam as ofensas teria ocorrido dois dias após a reunião.