O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marcos Antônio Amaro, decidiu não exonerar os três militares suspeitos de enviar detalhes de segurança das viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em nota enviada na noite desta quarta-feira (9), o GSI informou que “instaurou sindicância para apurar os fatos; os militares citados foram afastados do trabalho e, caso a sindicância constate responsabilidades, eles serão desligados da Presidência da República”.
Inicialmente, Amaro disse ao Metrópoles que iria exonerar os militares dos cargos ainda nesta quarta. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, o chefe do GSI decidiu rever a decisão por medo de realizar “exonerações injustas”.
De acordo com o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Cid recebeu e-mails com documentos “urgentíssimos” de militares lotados no GSI sobre viagens e eventos do petista, dentro e fora do país. As mensagens estavam na lixeira do e-mail do tenente-coronel.
O material foi encaminhado à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas de 8 de janeiro.
As mensagens da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, do GSI, foram enviadas a Cid de 6 a 13 de março deste ano. Neste período, o tenente-coronel e Bolsonaro estavam nos Estados Unidos.
Os e-mails foram encaminhados por três militares: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire, da Marinha; e Rogério Dias Souza, da Marinha. Todos já trabalhavam no GSI no governo do ex-presidente.